Antes da “Revolução dos Cravos”, a 10 de Junho comemorava-se o Dia da Raça.
E que "raça" era esta? Simplesmente a raça de um povo que sempre foi original face aos outros povos europeus. Povo com uma História de 8 séculos; com um Estado dos mais antigos da Europa (actualmente em derrocada…) e com um Império inigualável na vastidão dos territórios e na criação de uma nova sociedade, fraterna e plurirracial, aliás querida e aceite, ao tempo, por negros e brancos.
Hoje, quem for intelectualmente honesto reconhecerá que o nosso Ultramar, mesmo com o advento do actual regime político, deveria ter sido defendido porque lá estavam milhões de portugueses, pretos e brancos, os quais queriam viver sob a nossa bandeira e usufruir da nossa paz, da nossa cultura, da nossa civilização. Hoje, os brancos honestos abandonaram a nossa África, deixando a mesma aos terroristas, nada restando já das nossas infra-estruturas – escolas, liceus, hospitais, fábricas, portos… o bem-estar e o progresso enfim…
Hoje, o que lá existe é a selvajaria daqueles que se entregaram, ao longo de anos e anos de guerra, à destruição em nome do comunismo internacional, que foi agora substituído pelo neo-liberalismo e pelo capitalismo selvagem. E que continuam perseguir o seu próprio povo…
Viu-se quem ficou, em Angola ou Moçambique, a explorar as imensas riqueza: os soviéticos, os cubanos, os americanos. Hoje, os chineses…e o povo sofredor vive na mais triste miséria…com desigualdades enormes, onde apenas uma elite próxima dos presidentes domina tudo e todos.
A perda do nosso Ultramar foi uma traição a todos os (verdadeiros) portugueses, não enfeudados a ideologias marxistas, e uma traição a todos aqueles que lá estavam a trabalhar, a investir… recorde-se que Angola, em 1970, era uma verdadeira explosão económica no panorama do continente africano. Tudo se perdeu com a ajuda de todos aqueles que se ajoelharam perante a ideologia do Mal … perdemos nós, perdeu o povo africano…
Resta-nos este pequenino rectângulo: no contexto da União Europeia, com o fim das Nações, o federalismo, até quando?
Em África, sofreram e morreram em combate negros e brancos, irmanados na mesma causa: um só povo, formando uma só Nação: Portugal estava aberto a todos os seus filhos. Como disse Marcello Caetano, “Portugal é de todos nós. Nós todos somos Portugal!”.
Hoje, não seria incompatível, com a vigência de um regime parlamentar, democrático como se diz, a manutenção desse espaço de prosperidade económica e social que foi o nosso Ultramar. Contudo, a cobiça das outras Nações Europeias, e não só, determinaram a sua perda…ventos da História...
No dia da Raça e de Camões exaltava-se a Nação e o Império, a Metrópole e as Colónias.
Hoje, não sabemos bem o que se comemora…
Deixo aqui este poema de Manuel Alegre, o qual, curiosamente, hoje rema contra a maré…
“PAÍS DE MUITO MAR
Somos um país pequeno e pobre e que não tem
senão o mar
muito passado e muita História e cada vez menos
memória
país que já não sabe quem é quem
país de tantos tão pequenos
país a passar
para o outro lado de si mesmo e para a margem
onde já não quer chegar.
País de muito mar
e pouca viagem.”