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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Feira de Colos - Edição 2015 - Rescaldo e análise, por Pedro Gonçalves

Este ano só fui à feira 4 dias, gostei e quero voltar mais uns bons anos.
Lamentavelmente deixaram cair a fogueira, já tinha havido tentativas mas não passou disso e a magana resistiu, esperemos que volte para 2016.
Cinco anos de feira, alguns por dentro, outros como mero freguês, já me permitem olhar para a feira com algum distanciamento e sem a paixão assolapada do momento.
Se vamos falar de feira, a feira não são 3 dias e muito menos uma noite de música. Nem a Colos XXI devia ser só a Associação da Feira, mas como alguns não olvidam, estas coisas não se fazem sem pessoas e não me parece que entre os corpos gerentes da Colos XXI haja o empenho suficiente para que a coisa funcione melhor e a contento de uma grande maioria. Porque, tirem o cavalinho da chuva, nunca vai ser ao agrado de todos, jamais como dizia o outro.
Acho que não é novidade para ninguém que a feira continua a ser organizada demasiado tarde. A divulgação é o que é, algo do mais arcaico que se faz por esse Alentejo fora. Felizmente que este ano a feira já contou com uma maior divulgação por parte do município e da comunicação social regional. Neste campo da comunicação houve algum avanço, embora eu continue a não perceber porque não tem a feira uma imagem de comunicação única. Quer dizer, até percebo, lá estão outra vez as coisas feitas em cima do joelho.
Para quem como eu, no ano passado, dizia que a feira na parte das exposições tinha regredido 3 anos, gostei do que vi este ano e acredito que está no bom caminho para um grande salto qualitativo. Gostei também da parte do gado onde se nota que prevalece a qualidade .
Pena a recorrente questão do calor que acredito afugente muitos expositores, mas de uma forma ou de outra terá que ser resolvida. De notar que na tenda dos expositores estavam presentes a Delegação de Colos da Cruz Vermelha e a Sociedade Recreativa Colense, ambas a cumprir na perfeição o seu papel. Aliás a Cruz Vermelha até estava duplamente representada, pois o stand da CSIF também lhe pertencia em parte e também foi por ela dinamizada. Agora que estamos em altura de muitas destas festas, reparem por onde forem passando, nos stands das coletividades e depois digam-me se o da SRC era ou não, apesar de sóbrio e simples, do melhor que por aí se vai vendo ao nível de coleticvidades deste tipo. E espantem-se, a direção precisou de ajuda para esta parte, pediu a um sócio e ele foi lá e disse presente. Este não é daqueles que só falam, diz é muitas coisas que incomodam e isso paga-se caro.
Naquilo a que eu chamo de atividades de dinamização da feira que não foram organizadas pela Colos XXI, adivinhem quem lá estava. Delegação de Colos da Cruz Vermelha e a Sociedade Recreativa Colense. Mais uma vez a fazer o seu trabalho. Bem feito, como se quer e a contribuir ativamente para a valorização da feira. É isto, tem que ser por aqui o caminho das associações na feira de S João.
Algumas coisas que na minha perspetival correram menos bem e outras claramente mal.
Sabem o que vos acontecia após a abertura da feira, pelas 20 horas de sexta-feira se quisessem jantar? Ou comiam uma bifana ou iam ao café da bomba.
Mais uma vez uma regressão em algo que bastava que todos fizessem como foi feita no ano passado. Sim, no ano passado pelas 20 horas era possível jantar em vários locais da feira. Outra que reparei e que vi que incomodou muita gente, os carros dentro da feira nas horas de movimento, todos os dias ,junto às barracas de comes e bebes. Meus amigos, a feira tem um horário e este deve ser respeitado, carros e muita gente podia ter dado mau resultado e dá um péssimo aspeto. E só poupavam uns 30 metros de viagem. Não se faz.
Ainda bem que havia esplanadas, se não, estou mesmo a ver até onde iam com os carros. Mais uma vez, lá estavam os do costume, Delegação de Colos da Cruz Vermelha e a Sociedade Recreativa Colense e neste caso com pena minha de não estarem outra vez sozinhos pois estavam claramente mal acompanhados. Continuo com a minha opinião que a participação do Clube de Caçadores Os Fixes não trás nada de novo á feira e foi em má hora que voltaram depois de no ano passado se terem retirado. Esta associação tem participado numa atitude biológica de puro parasitismo em relação à feira, em contraste com o mutualismo das outras duas atrás referidas. Já aí foi falada a exposição dos cães, não sei se esta associação este ano voltou a dar o mesmo golpe e a ludibriar quem trabalha para a feira mas sei que nos anos anteriores foi assim, prometiam uma atividade que depois acabavam por não fazer e limitavam-se a mamar na teta da feira e a levar o lucro para a associação. Aliás no ano passado em que o preço de participação subiu de 50 para 200 euros, foram os primeiros a retirar-se. Pelo mesmo caminho seguiu este ano a Associação da Ribeira e Campo Redondo, faturar sim, colaborar no desenvolvimento da feira nada. Aprenderam depressa, mas aqui culpo muito a Colos XXI por não se impor.
Muitos repararam no que aconteceu no final da tarde de domingo, novamente com o Clube de Caçadores Os Fixes. Começa a largada de touros e eles entram com as carrinhas de caixa aberta feira adentro, não respeitam quem está sentado a ver, param a carrinha em frente do público que estava noutras barracas e toca a desmontar que amanha é dia de trabalho. Prejudicaram os espectadores, prejudicaram a feira, mas como o objetivo de sacar umas coroas estava cumprido, ala que se faz tarde. Compreendo perfeitamente o desalento de quem estando por dentro da coisa se lamentou, “ A feira tem um regulamento, mas se eles não o cumprem … “. Compreendo mas não aceito, é que há quem insista em não cumprir.
Outra coisa que imagino como correu foi o negócio que as barracas de comes e bebes fizeram, apesar da assustadora concorrência que lhes foi movida por aquilo a que eu chamei “ Tenda VIP da feira “, aquela onde os artistas comiam. Foi algo que ultrapassou tudo o que era expectável, só me fazia pensar que o Restaurante dos Gordos tinha voltado em modo de espaço vip. Aqui houve concorrência a sério ao pessoal que pagou para vender. Também da parte de algumas associações houve uma atitude que já o ano passado tentaram instalar, o venderem bebidas que não foram compradas ao fornecedor oficial da feira. A Sagres, paga e bem, para estar representada, não se deve por meia dúzia de patacos ir comprar á concorrência. Acreditem que se os números do que foi comprado por cada um fossem públicos a coisa era notória, assim só repara quem está mesmo por dentro do funcionamento da coisa. E mais uma vez temos a Sociedade metida ao barulho. Quem controlou todo o esquema da bebida? Os que mais trabalham para a feira, os outros limitam-se a criticar e a furar o esquema.
Se vos disserem que pagar 200 euros para vender comes e bebes e ainda assim participar na dinamização da feira é um valor incomportável, não acreditem. Há números públicos que desmentem isso. Quase todos nós temos acesso á Sociedade por exemplo, é esperar pelos mapas e fazer contas.
Musica. E continua o problema de contratar tarde e a más horas, quando já só sobra o refugo ou mais do mesmo. Gosto dos Saramagos, meia volta tenho sessões privadas e restritas com alguns deles, mas todos os anos a mesma coisa começa a enjoar. Diz que a seguir houve uma espécie de balho, mas nada a que se deva dar importância. Sábado e o famoso quizomba. Dispensava e preferia artistas de qualidade, mas foi o que houve e o que muitos desejavam. Não concordo que tenham trazido mais publico que no ano anterior, não vi a mesma enchente do ano passado, mas trouxe algo de muito positivo, segurou grande parte dos que estavam e ao contrário do ano passado a feira e os bares bombaram até às 4 horas com música no palco e a animação continuou depois junto aos bares. Era possível melhor, talvez. Quem clamava por este tipo de espetáculo, que aliás já oiço falar à vários anos, podia ter alertado que não devia ser só até ás 4 horas. A malta queria mais. E esclareça-me lá quem sabe, estes artistas não são assim uma espécie de 3ª divisão do Kizomba?
Também continuo a achar que a noite de domingo não deve terminar logo após a largada, é festa é festa e ao sol postinho é muito cedo para acabar a festa. Em 3 noites será sempre possível agradar a uma grande franja de pessoal.
Ah , já me esquecia e não preciso de o gabar porque já lho disse pessoalmente , sem Manuel Penedo e com esta Associação , não havia 1/3 desta feira .
Que venha a edição de 2016 que a malta está cá para balhar, beber, trabalhar se for caso disso, beber, comer e beber.

Pedro Gonçalves