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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Criação do Concelho de Colos

 

Criação do Concelho de Colos, devemos lutar por isso? Seria viável? Havia condições?
Vamos por partes, o actual concelho de Odemira é enorme e quase ingovernável em termos geopolíticos e logísticos, é o maior concelho do país, gigantesco, com uma área de 1 719,73 km² , mas um dos menos povoados com 26 106 habitantes (2001), subdividido em 17 freguesias, tem um litoral rico mas um interior pobre e subdesenvolvido.
O actual interior concelho de Odemira vive uma dramática desertificação, sem desenvolvimento, sem esperança, perdendo população, sem investimentos, sem empregos que segurem as pessoas à sua terra e sem possibilidades visíveis de reverter a situação a médio longo prazo.
Este garrote sócio-económico deve-se à Câmara Municipal de Odemira que tudo pode e pouco ou nada faz em prol das populações do interior, sempre olhadas de forma inferior em comparação com as freguesias do litoral, é preciso uma mudança, um corte radical com o passado recente.
A única maneira destas populações se desenvolverem e encontrarem o caminho do seu progresso é a descentralização administrativa através da criação de um novo concelho no actual espaço geográfico do concelho de Odemira, que como já referi, é enorme.
Olhando o mapa do concelho e conhecendo a situação social, económica e geográfica, torna-se evidente que o novo concelho deveria abranger as actuais freguesias de Colos, Reliquias, S.Martinho, Vale de Santiago e Bicos, essa era a solução ideal e realista, sendo a sede de concelho em Colos por razões que passo a enumerar:
Colos é actualmente, das freguesias do interior mencionadas, a que apresenta o melhor índice de desenvolvimento, tem todas as infraestruturas mínimas, esta situada geograficamente no centro das cinco freguesias citadas, possui Escola Secundária, Posto da GNR, Banco, Bomba de Gasolina e serviços variados, as suas gentes são ordeiras e conciliadoras, para alem disto tudo também já foi concelho e seria a escolha mais acertada.
Culturalmente as gentes destas freguesias são idênticas nos seus costumes e tradições, possuindo uma série de manifestações culturais e religiosas que as identificam como uma só.
Juntas estas cinco freguesias representam uma área de 486,269 km² e cerca de 5.500 habitantes, o peso junto do poder central seria outro e poderíamos lutar de igual para igual com os nossos concelhos vizinhos em termos económicos, geograficamente esta separação era perfeita.
Apenas com a secessão esta parte do actual concelho de Odemira poderia aspirar ao progresso, determinando este povo o seu próprio futuro e da sua região
E quem são os Colenses? Para muitos, aqueles que nos conhecem, a resposta é por demais óbvia, contudo para aqueles que pela primeira vez tomam contacto connosco, ou que porventura não nos conhecem o suficiente, digamos simplesmente, sem entrar em considerações de índole doutrinária, que os Colenses puros são todos aqueles que desejam entusiasticamente conhecer e defender as suas raízes e os fundamentos da sua cultura.
Eu próprio, embora não distante de qualquer saudosismo, nostalgia ou concepção museológica do passado, identificando-me com a minha terra e região, acredito contudo, como dizia o poeta Karel Jonckheere, que «Se o passado não tem nenhum significado para o presente, então, o presente não oferece nenhuma vantagem para o futuro».
Com isto tudo não quer dizer que eu seja um progressista, em absoluto, o progressismo é uma volúpia pueril e esquerdista que visa tudo mudar, mesmo aquilo que está correcto e acertado, por outro lado também não sou conservador, o conservadorismo é psicose direitista que procura conservar tudo, mesmo aquilo que está errado.
Ora, esclarecido está que não procuro uma “idade do ouro” perdida, eu, Colense, pretendo, isso sim, construir o futuro da minha terra, da minha comunidade, a partir da sua própria essência, isto é, tendo por base a riqueza da nossa história, a nossa herança cultural e a força material presente no sangue do nosso povo.
Luta sempre pela tua terra! O interior definha. As políticas económicas camarárias em benefício apenas de alguns e as presidências a soldo dos grandes interesses económicos ameaçam o nosso bem-estar futuro. Lutar pelo enraizamento e pelo desenvolvimento das economias locais é urgente por uma questão de justiça, de distribuição da riqueza e de garante de emprego para aqueles que optarem por exercer o elementar direito de viverem na sua terra perto dos seus.
Luta sempre pela tua identidade! Os jovens de hoje são tratados como um rebanho, a quem são impostos modelos culturais com os quais toda a carneirada alinha. Mesmo os mais “alternativos” acabam por defender alguma forma de uniformização à escala mundial, que atenta contra o direito à especificidade de cada pessoa e de cada povo. Defende a tua cultura e a tua forma de estar no mundo! Tu és muito mais do que um número ou uma unidade de consumo entre biliões!Se vou ter problemas com isto? Provavelmente sim, num país onde o politicamente incorrecto é censurado e os seus praticantes são perseguidos até ás ultimas consequências, não estranharei nem é coisa que me seja estranha, já estou habituado a fugir ás correntes de ideia dominantes e a pensar pela minha própria cabeça.Concerteza serei apelidado de maluco, lunático, idiota e demais impropérios, não me importo, todos os visionários foram em tempos tidos como loucos, o futuro vai-se encarregar de me dar a razão que, tenho a certeza, possuo.Pela minha terra!
Por Colos

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Equipas de futebol de Colos a longo dos tempos

Colos sempre foi referência no futebol, desde os anos 30 e 40 do século passado que Colos se evidenciou no futebol com inúmeras equipas de valor constituídas pelos seus melhores jovens.
A fotografia que aqui vos apresento é disso exemplo, uma das formações do Colos, datada, ao que tudo indica, provavelmente na década de 60 do século XX no Campo de Futebol de Reliquias:

 Formação da esquerda para a direita: 
De pé: 
Edmundo Loução, Ferreirinho, Joaquim Eduardo, ?, Faisca, Fontainhas, António da Glória
Em baixo: 
Franklin Loução, Rogério Félix, ?, Manuel Felix, David
Os pontos de interrogação representam os jovens que não reconheço, peço por isso ajuda a quem souber os seus nomes que me contacte

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Foral de Colos

Fotografia/imagem do foral manuelino de Colos, datado de 20 de Setembro de 1510, embora, como se pode ver, a data inscrita nas eclípticas das esferas armilares seja a de 1512, o que significa apenas que a iluminura foi elaborada depois da redacção do Foral.
Esta carta de foral faz parte dos chamados forais novos, que, em tempo de D.Manuel, foram atribuidos a todos os concelhos portugueses, no âmbito de uma reforma levada a cabo, no sentido de modernizar a legislação concelhia arcaica existente até aquele temp.
O foral de Colos tem 11 fólios, ou seja, 22 páginas, onde se regulamenta a vida social, especialmente no que se refere aos aspectos fiscais.
Ao que se sabe, foram elaborados três exemplares iguais, destinados ao arquivo régio, à Ordem de Santiago e à câmara de Colos.
O único hoje existente é o da Ordem de Santiago, e encontra-se actualmente na Torre do Tombo; os outros dois provavelmente perderam-se.
O rosto corresponde a um dos tipos vulgares para concelhos de média importância e é iluminado com os habituais motivos da heráldica manuelina: preenche a parte superior, o escudo real, ladeado por esferas armilares; segue-se tarja com o nome do rei, que inicia o texto, por sua vez emoldurado por cercadura de elementos vegetalistas.

António Martins Quaresma, Colos Contributo para a sua História, Odemira, 1999, p. 20.
(IAN/TT, Casa Forte, Nº18)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Colenses da História - António Brito Paes Falcão


Foi numa manhã de nevoeiro, em Abril de 1924, que António Brito Pães Falcão – juntamente com o eterno companheiro de aventuras, José Manuel Sarmento de Beires – descolou de Vila Nova de Milfontes no seu Breguet. A bordo do “Pátria”, partiu para aquela que foi, na altura, a maior aventura do mundo: ligar Portugal a Macau, no extremo oriente do globo, por via aérea. Afinal, a aventura foi sempre o tónico de António Brito Paes Falcão ao longo da sua vida. Nascido a 15 de Julho de 1884 em Colos, cedo enveredou pela carreira militar, servindo o exército português. Primeiro, em Moçambique e Angola, depois em França e na Flandres, durante a primeira Grande Guerra Mundial.
Romântico inveterado e pioneiro do risco, tirou o brevet de piloto e esteve umbilicalmente ligado aos primeiros passos da aviação militar em Portugal. Em 1922, sem autorização do ministro da Guerra, partiu a bordo do decrépito “Cavaleiro Negro” e tentou um voo directo à Madeira, orientado unicamente por uma bússola, mas o nevoeiro fê-lo cair ao mar, de onde foi resgatado por uma embarcação britânica. Os seus superiores censuraram-no por desobediência e louvaram-no por bravura. Cada vez mais afoito, seguiu-se a viagem até Macau, onde chegou a 20 de Junho 1924. Morreu a 22 de Fevereiro de 1934, da forma mais irónica possível. Depois de ultrapassar e sobreviver às maiores aventuras da época, António Brito Paes Falcão não resistiu a um embate de aviões, provocado por… encandeamento solar. O homem que, contra todos os azares e obstáculos, sobrevivera aos combates da Flandres, que escapara da aventura aérea do voo à  Madeira, que resistira à longa e perigosa viagem a Macau, perecia num estúpido embate de aviões. 
No dia 6 de Abril de 1935, o corpo foi transladado de Lisboa para Colos, em cujo cemitério repousa. À partida do préstimo, esteve presente outra glória da aviação portuguesa: Gago Coutinho. Nesse dia, segundo estimativas do periódico Vida Alentejana, afluíram a Colos mais de 10.000 pessoas, provenientes de todo o distrito. O mesmo semanário (dirigido por Pedro Muralha), chamou então a Brito Paes, em caixa alta, "um herói e um santo", significando a sua coragem física e moral, os seus feitos de armas, o seu pioneirismo aventuroso, a sua nobreza de carácter.
A magnífica epopeia destes dois pioneiros do principio do século não deve ser esquecida, a participação Portuguesa alcançou aqui uma posição de especial relevo. Destacaram-se, então, Brito Paes e Sarmento Beires, que com a sua coragem e dedicação realizaram notáveis feitos em prol da Aeronáutica e da Pátria, os quais melhor apreciaremos se tivermos presente os tempos difíceis que se viviam em Portugal e o limite dos recursos existentes.
 Temos nós, Portugueses, feito justiça a esse grupo de aviadores que iniciaram uma epopeia levando por ar a "CRUZ DE CRISTO" outrora orgulhosamente exibida nas velas que cruzaram os Mares ?

"Habitantes de um País pequeno, pobre e ignorado,
o culto do passado não é um pretexto
para nos envaidecermos com o que já fizemos,
e nos dispensarmos do trabalho de nos levar a fazer
mais alguma coisa…
Receando que nos chamem vaidosos, deixamos
na sombra o que já fizemos e que mais tarde vem
a ser atribuído aos outros…
Assim tem sido sempre, já mesmo no tempo antigo
das nossas descobertas oceânicas,
tão mal apreciadas, lá fora."


Almirante Gago Coutinho

Ermida de Nossa Senhora do Carmo ou da Afincerna


É uma das três ermidas da área rural envolvente da Vila de Colos. Será provavelmente a mais antiga e o seu nome primitivo era Nossa Senhora da Afincerna, nome da actual herdade onde está situada e pelo qual é ainda hoje conhecida. Foi mandada erigir por Cristóvão Correia da Ordem de Santiago, tendo sido concluída em 1518.
O templo é constituído por três áreas distintas: de culto, de habitação e serviços e o alpendre tendo vivido nela quatro frades. Ainda na Segunda metade do séc. XVI recebeu obras conforme indica o retábulo maneirista do altar tendo desaparecido as pinturas murais da decoração inicial.

Igreja Matriz ou Igreja de Nossa Senhora da Assunção


É a Igreja Matriz e sem dúvida o edifício religioso mais importante de Colos. Foi reconstruída em princípios do séc. XVI tendo substituído um templo medieval existente anteriormente no local.
De uma só nave, com cabeceira de capela única, de tipo comum nas pequenas paróquias alentejanas, este templo estava em estado de conclusão em 1518 pela mão de Cristóvão Correia, nobre do Conselho do Rei D. Manuel e vedor da Fazenda do Mestrado de Santiago, foi pois a Ordem de Santiago que, tendo em atenção o novo estatuto municipal que a Vila teve nesse tempo, se incumbiu de aí construir, ou melhor, reconstruir este templo.
Tanto no exterior como no seu interior apresenta sinais de diversas intervenções efectuadas ao longo do tempo. O alpendre, de meados do século XVI, o frontal mistilíneo e a torre, do século XVIII, e pormenores manuelinos, do princípio do século XV (a cruz de Santiago e o acrotério onde se crava a cruz de ferro), bem como as mísulas de onde arrancam nervuras da abóbada, a pedra de fecho da abobada e as duas pias de água benta são de estilo manuelino. O frontão mistilíneo, a torre e o retábulo do altar-mor em talha dourada, são do segundo quartel do séc. XVIII, sendo que este altar é de estilo barroco joanino, ainda com motivos do final do “estilo nacional”. Trata-se pois de um templo em que diversos estilos se conjugam valorizando a arquitectura e o mobiliário existentes. De destacar ainda a imagem da Virgem com o Menino em pedra pintada, de estilo Gótico, que remonta ao séc. XV e que é de uma beleza tocante.
Património móvel: "A Virgem e o Menino”, peça em calcário policromado, Escola Portuguesa, finais do séc. XIV, início do séc. XV. A imagem encontra-se em Colos na igreja matriz de Nossa Senhora da Assunção. Sendo conhecida localmente sob a invocação de Nossa Senhora da Graça, é possivelmente a primitiva imagem da padroeira da Vila de Colos.


A minha terra


Sobre uma colina nasceu a Vila de Colos...
COLOS, vila alentejana, fica situada numa colina entre montes e montados, é sede de freguesia, pertence ao concelho de Odemira e ao distrito de Beja, com 1500 habitantes (aprox.), dista da sua sede de concelho 28 km e da sua sede de distrito 70km.
A origem  etimológica do nome (COLOS) pode sublinhar–se, terem sido apresentadas as mais diversas explicações. Normalmente, a morfologia do terreno onde está situada identifica a raíz do seu nome que provém de colo.
Outra explicação está em crer que o nome da vila se relacionará com “Quala” fortaleza de origem árabe. Apareceu um documento datado do século XIV que confirma a proveniência arábica do nome.
Colos celebrou em 1999 os 500 anos de elevação a vila e a sede de concelho, através do foral concedido por D. Manuel I, em 26 de Junho de 1499, separando-se do concelho de Sines. Em 20 de Setembro de 1510, recebeu o chamado foral novo. O concelho de Colos foi extinto em 1836, devido à reorganização administrativa, sendo anexado ao concelho de Vila Nova de Milfontes. Só mais tarde, em 1855, quando o concelho de Milfontes foi extinto, Colos viria a ser definitivamente anexado ao já anterior concelho de Odemira. Da freguesia fazem parte as povoações de Campo Redondo, Ribeira do Seissal de Cima, Ribeira do Seissal de Baixo, Vale Rodrigo, Barranco do Bebedouro, Cai Logo e Caeiros, ocupando uma área de 106 km2.
Colos apresenta algum dinamismo económico. Apesar da existência de pequena indústria, comércio e serviços, a agro-pecuária ocupa a maior parte da população activa. A extracção da cortiça conhece aqui alguma importância.
Actualmente as actividades económicas da vila são: a agricultura, a pecuária, a extracção de cortiça, as indústrias (lagar, carpintarias, serrelharias de ferro e alumínio), o comércio (cafés, restaurantes, mercearias, mercado, supermercado, drogarias, bombas de gasolina e casa de móveis) e serviços (oficinas de automóveis e máquinas agrícolas/industriais).
Como notas de interesse turístico, é de referir a arquitectura tradicional da vila e o património religioso, sobretudo na parte mais antiga da vila, com o seu traçado medieval, dentro da antiga linha de muralhas. De acordo com os historiadores e arqueólogos, Colos cresceu a partir do povoado fortificado que se situava no ponto mais alto no cerro.
Fora da vila, um passeio a não perder é à Ermida da Sr.ª das Neves, no Cerro Queimado, perto da aldeia da Ribeira do Seissal de Cima. Do alto do Cerro a paisagem impressiona, alcançando-se um vasto horizonte tanto para a planície a norte, como para a serra a sul. De registar também a antiga Capela de Nossa Sr.ª do Carmo ou da Afincerna e o Moinho do Almarjão.
Uma ilustre figura da nossa História que é natural da freguesia de Colos é o comandante aviador Brito Pais, um dos pioneiros da aviação portuguesa e que, em 1924, iniciou, conjuntamente com Sarmento Beires, a travessia aérea entre Portugal e Macau, com partida de Vila Nova de Milfontes.
A freguesia tem várias colectividades: Sociedade Recreativa Colense, Associação Cultural do Campo Redondo e Ribeira do Seissal, Clube de Caçadores “Os Fixes de Colos” e o Clube de Caçadores e Pescadores da Barragem da Gema.
Em Colos existe também a Congregação das Irmãs do Bom Pastor e um Lar de Idosos que está a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Odemira.
COLOS tem uma bonita Igreja Matriz, Lar de 3ª idade, Junta de Freguesia, Caixa Geral de Depósitos, Posto da GNR, Capela da Misericórdia, Centro de Saúde, Posto de Correio, EB 23, Jardim-de-Infância, Farmácia.